terça-feira, 21 de outubro de 2025

MIBE - Sessão de poesia - Liberdade, de Fernando Pessoa

 

Escritores ou engenheiros de prompts?"





Ai que prazer

Não cumprir um dever,

Ter um livro para ler

E não o fazer!

Ler é maçada,

Estudar é nada.

O sol doura

Sem literatura.

O rio corre, bem ou mal,

Sem edição original.

E a brisa, essa,

De tão naturalmente matinal,

Como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.

Estudar é uma coisa em que está indistinta

A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quando há bruma,

Esperar por D. Sebastião,

Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...

Mas o melhor do mundo são crianças,

Flores, música, o luar, e o sol, que peca

Só quando, em vez de criar, seca.

O mais do que isto

É Jesus Cristo,

Que não sabia nada de finanças

Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa

Este foi o poema declamado, nos dias 14 e 29 de outubro, aos alunos do 12º Ano, na Biblioteca Escolar, constituindo um marco no início do estudo de Fernando Pessoa. Pessoa cuja obra procurou as infinitas pessoas que no seu íntimo ganhavam vida e personalidade. 

Será que a Inteligência Artificial será capaz de se aproximar da produção literária de Fernando Pessoa que se mostra tão simples quanto complexa?


A resposta foi unânime. 

A profundidade e a complexidade de uma mente como a de Fernando Pessoa muito dificilmente será absorvida pela IA. 


Sem comentários:

Enviar um comentário