sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

CES vai à Escola - "Como se criam os mitos..."

 


O programa CES vai à Escola entrelaçou-se mais uma vez com a escola Básica e Secundária Dr. Ferreira da Siva, articulando o programa de História A com a Estratégia de Educação para a Cidadania. Assim, na Biblioteca Escolar, no dia 24 de janeiro, realizou-se uma palestra designada “Como se criam os mitos? A arte de D. João V, o palácio-convento de Mafra e muitas (fanta)histórias”, com a investigadora do Centro de Ciências Sociais de Coimbra – Giuseppina Raggi. 

Esta sessão destinou-se aos alunos do 11ºA-LH e 11ºB-AV, que foram acompanhados pelo professor João Soares, centrou a atenção no reinado de D. João V, colocando a tónica na análise crítica e atenta das fontes, veio reforçar a consciência do quanto o conhecimento histórico/científico está sempre em construção, graças ao papel da investigação científica. Deste modo, desconstruíram-se alguns mitos e os alunos foram convidados a ir ao encontro dos sonhos e projetos de D. João V. Projetos estes que passavam pela renovação/modernização da cidade de Lisboa que o rei pretendia que adquirisse o carácter imperial e patriarcal, inspirando-se para tal na grandiosidade do Império Romano (ex.: o Palatino Antigo). Uma grandiosidade que lembra mais a austeridade dos Habsburgos (palácios residenciais de Inverno e de Verão), por influência de sua esposa Maria Anna de Áustria, do que a do Palácio de Versalhes, contrariando o que se costuma afirmar. O Palácio Real de Versalhes do qual também se distancia o Palácio de Mafra, pois trata-se de um palácio convento. Com esta sessão, consolidou-se a ideia de que D. João V sempre procurou a grandiosidade, a exuberância e a ostentação e, portanto, sempre contornou a simplicidade e humildade exigida pelos frades arrábidos (franciscanos descalços), ao exigir a utilização de materiais ricos, como é o caso do mármore. 

Esta palestra foi uma oportunidade para os alunos aprofundarem conhecimentos e aprendizagens e foi um testemunho do quanto é importante estabelecer um constante diálogo entre os centros de investigação, as escolas e as respetivas práticas pedagógicas.


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