Pastor
Pastor, pastorinho,
onde vais sozinho?
Vou àquela serra
buscar uma ovelha.
Porque vais sozinho,
pastor, pastorinho?
Não tenho ninguém
que me queira bem.
Não tens um amigo?
Deixa-me ir contigo.
Foi com este poema de Eugénio de Andrade, do livro “Aquela nuvem e outras”, à venda na Feira do Livro do nosso Agrupamento, que se iniciou uma tertúlia de leituras em voz alta, de histórias e de poemas, dedicada aos Pais/Encarregados de Educação deste Agrupamento. Os alunos Duarte Gabriel, Sofia Fernandes, Sofia Silva, Miguel Cunha, do 5ºA, Ariana Santos, Matilde Ferreira, do 5º B, a Yara Oliveira e a Bárbara Barbosa recriaram/interpretaram o dito poema e depois cantaram-no para todos os presentes.
Uma tertúlia com mensagens pelo e para o Natal, mostrando o quanto são importantes a Amizade, a Tolerância, a Liberdade, a Paz, o Amor e a Poesia no nosso dia a dia.
Um momento ternurento, intimista, com cheirinho a Natal, que contou com o empenho e dedicação extraordinários de alunos do 5º, 7º, 8º, 9º, 10º, 11º e 12º anos, que fizeram irradiar a beleza do trabalho articulado e colaborativo. A par dos alunos do 5º Ano, participaram também os alunos Isa Reis, Mafalda Mil-Homens e Rodrigo Mil-Homens (7ºA) , Alberto Simão (7ºB), José Rocha (8º A) e Simão Gomes (9º C), com a ajuda das BiblioAmigas Erica Silva e Laura Ferreira (11ºA), nos leram e interpretaram, em voz alta, os livros: História de um caracol que descobriu a importância da lentidão, de Luís Sepúlveda; O Destino de Fausto, de Oliver Jeffers; Uma longa viagem, de Daniel H. Chambers.
Todos estes momentos foram abrilhantados com momentos musicais interpretados pelas alunas Ana Brandão e Ana Teixeira, do 10ºA, que tocaram as seguintes melodias: Un Chord, de N. Tschérépnine, London Bridge is, falling down, uma música tradicional de Inglaterra, e o Lago dos Cisnes de Tchaikovsky.
Por seu lado, os alunos André Pereira, Eva Barbosa, Leonor Gama e Madalena Resende recitaram o poema Alma minha gentil, de Luís de Camões.
No final, foi momento dos alunos do 12º Ano partilharem a reinterpretação que fizeram, na disciplina de Português, do poema de Cesário Verde, evocativo do tricentenário da morte de Luís de Camões: "O Sentimento de um Ocidental". Assim, as alunas Mariana, Sara e Ruth, do 12º B recitaram, muitos dos poemas que foram escritos, dos quais se podem registar os seguintes:
Nas costas lusitanas, entoam-se cantos
Há tal presença feminil no rio lisboeta
Que as ninfas a todos espalham os seus encantos
Despertam-me o português encenador de Julieta.
E evoco o nevoeiro de um salvador perdido
E subo a um mastro, apenas por ódio movido
"Sultão do copo, concede-nos tal glória e virtude "
Pois a Camões entristece um contemporâneo que desilude.
Sara e Sofia (12ºB)
Se eu não morresse, nunca! E eternamente
Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas!
Mas como? Se nem o nosso Deus omnipotente
Conseguiu esse feito impossível
A busca incessante da perfeição
É um caminho para o insucesso
Sem tempo para introspeção,
Nem mesmo para olhar para o nosso reflexo.
A vida é perfeita, mesmo com as suas falhas
Viver a nossa vida no momento
Sem medo de cometer gralhas
Com o nosso próprio sentimento.
Miguel e Pedro (12ºB)
Se eu não morresse, nunca! E eternamente
Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas
Eu sei perfeitamente, perder-me-ia num ciclo
Que me deixaria louca de mente
De facto, morro e desapareço
De corpo e alma me ofereço
Choro enquanto pago o preço
Deste novo recomeço
Mas a busca pela perfeição
Foi a minha perdição.
Francisca e Ruth (12ºB)
Este foi, sem dúvida, um final de tarde mágico, que com a sua ternura e simplicidade procurou desviar todos os presentes das múltiplas e variadas preocupações que, por vezes, absorvem o seu quotidiano.
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