sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Feira do Livro: Tertúlia de Leituras em Voz Alta


Pastor

 Pastor, pastorinho,

onde vais sozinho?

Vou àquela serra

buscar uma ovelha.

Porque vais sozinho,

pastor, pastorinho?

Não tenho ninguém

que me queira bem.

Não tens um amigo?

Deixa-me ir contigo.

 Foi com este poema de Eugénio de Andrade, do livro “Aquela nuvem e outras”, à venda na Feira do Livro do nosso Agrupamento, que se iniciou uma tertúlia de leituras em voz alta, de histórias e de poemas, dedicada aos Pais/Encarregados de Educação deste Agrupamento. Os alunos Duarte Gabriel, Sofia Fernandes, Sofia Silva, Miguel Cunha, do 5ºA, Ariana Santos, Matilde Ferreira, do 5º B, a Yara Oliveira e a Bárbara Barbosa recriaram/interpretaram o dito poema e depois cantaram-no para todos os presentes. 









Uma tertúlia com mensagens pelo e para o Natal, mostrando o quanto são importantes a Amizade, a Tolerância, a Liberdade, a Paz, o Amor e a Poesia no nosso dia a dia. 


Um momento ternurento, intimista, com cheirinho a Natal, que contou com o empenho e dedicação extraordinários de alunos do 5º, 7º, 8º, 9º, 10º, 11º e 12º anos, que fizeram irradiar a beleza do trabalho articulado e colaborativo. A par dos alunos do 5º Ano, participaram também os alunos Isa Reis, Mafalda Mil-Homens e Rodrigo Mil-Homens (7ºA) , Alberto Simão (7ºB),  José Rocha (8º A) e Simão Gomes (9º C), com a ajuda das BiblioAmigas Erica Silva e Laura Ferreira (11ºA), nos leram e interpretaram, em voz alta, os livros: História de um caracol que descobriu a importância da lentidão, de Luís Sepúlveda; O Destino de Fausto, de Oliver Jeffers; Uma longa viagem, de Daniel H. Chambers. 












Todos estes momentos foram abrilhantados com momentos musicais interpretados pelas alunas Ana Brandão e Ana Teixeira, do 10ºA, que tocaram as seguintes melodias: Un Chord, de N. Tschérépnine, London Bridge is, falling down, uma música tradicional de Inglaterra, e o Lago dos Cisnes de Tchaikovsky. 

Por seu lado, os alunos André Pereira, Eva Barbosa, Leonor Gama e Madalena Resende recitaram o poema Alma minha gentil, de Luís de Camões.

No final, foi momento dos alunos do 12º Ano partilharem a reinterpretação que fizeram, na disciplina de Português, do poema de Cesário Verde, evocativo do tricentenário da morte de Luís de Camões: "O Sentimento de um Ocidental". Assim, as alunas Mariana, Sara e Ruth, do 12º B recitaram, muitos dos poemas que foram escritos, dos quais se podem registar os seguintes: 


Nas costas lusitanas, entoam-se cantos 

Há tal presença feminil no rio lisboeta 

Que as ninfas a todos espalham os seus encantos 

Despertam-me o português encenador de Julieta. 

E evoco o nevoeiro de um salvador perdido 

E subo a um mastro, apenas por ódio movido 

"Sultão do copo, concede-nos tal glória e virtude " 

Pois a Camões entristece um contemporâneo que desilude.

Sara e Sofia (12ºB)


Se eu não morresse, nunca! E eternamente 

Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas! 

Mas como? Se nem o nosso Deus omnipotente 

Conseguiu esse feito impossível 

A busca incessante da perfeição 

É um caminho para o insucesso 

Sem tempo para introspeção, 

Nem mesmo para olhar para o nosso reflexo. 

A vida é perfeita, mesmo com as suas falhas 

Viver a nossa vida no momento 

Sem medo de cometer gralhas 

Com o nosso próprio sentimento.

Miguel e Pedro (12ºB)


Se eu não morresse, nunca! E eternamente 

Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas 

Eu sei perfeitamente, perder-me-ia num ciclo 

Que me deixaria louca de mente 

De facto, morro e desapareço 

De corpo e alma me ofereço 

Choro enquanto pago o preço 

Deste novo recomeço 

Mas a busca pela perfeição 

Foi a minha perdição.

Francisca e Ruth (12ºB)


Este foi, sem dúvida, um final de tarde mágico, que com a sua ternura e simplicidade procurou desviar todos os presentes das múltiplas e variadas preocupações que, por vezes, absorvem o seu quotidiano. 





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