“A Liberdade é como a saúde. Só quando nos falta é que lhe
damos o devido valor. Temos de cuidar da Liberdade como devemos cuidar da
Saúde”.
Esta frase foi a frase que os nossos alunos trouxeram da
visita ao campo de concentração de Mauthausen-Gusen. E foi esta a frase que
serviu de fio condutor à atividade “O Juramento de Mauthausen”, que teve o amparo
da Biblioteca Escolar, já que se baseou na leitura e exploração do livro “O
essencial sobre os Portugueses no Sistema Concentracionário do
III Reich”, um trabalho de investigação
coordenado por Fernando Rosas, da Imprensa Nacional e foi preparada no
âmbito da Oficina Dar vida às palavras. Numa
parceria entre a Biblioteca Escolar Cândida dos Reis e a Biblioteca Municipal
Ferreira de Castro e com
a colaboração do Plano Nacional das Artes, a atividade foi apresentada à
comunidade concelhia, no auditório da Biblioteca Municipal, no dia 9 de
fevereiro. Com o contributo de Educação Física, Inglês, Português, EMRC, História A
e Estratégia da Educação para a Cidadania e com a colaboração da aluna Isa
Filipa Reis, do 6.ºB, e da Leonor Oliveira, do 10.ºB, do Curso de Artes
Visuais, as turmas do 12.º ano, do ensino regular, associaram-se
ao juramento de Mauthausen, datado de 16 de maio de 1945, mantendo viva a
memória contra o esquecimento, do que foi a Shoah, no decurso
da II Guerra Mundial.
Na noite do dia 09 de fevereiro, os alunos abrilhantaram o auditório com os movimentos e expressividade dos seus corpos e vozes e partilharam emoções e sentimentos com a plateia. Um momento único que conduziu a uma reflexão final sobre a liberdade e a escravização do ser humano, que consistiu, em Mauthausen, como dizia o poema dos discentes Simão Fernandes e Gonçalo Brandão, do 12.ºB, na perda da liberdade de pensamento, expressão, ação e da dignidade humana. Atualmente, dizemos “somos livres”. Mas será que somos efetivamente livres? Na realidade, existem outros tipos de escravização e um deles consiste na dependência. Na dependência dos nossos caprichos, dos nossos prazeres, dos nossos ideais e ídolos, que por vezes nos deixam ceder à lógica da violência e do ódio. Esta dependência desvitaliza aos poucos o nosso ser e o o ânimo e a esperança dissipam-se.
É preciso, então, estar atento aos sinais de doença no
exercício da liberdade e atuar, reagir. Como? O “remédio” é simples. Basta combinar
doses de tolerância, de amizade, de amor ao próximo, de solidariedade. É cuidando
do Outro, que nós cuidamos da saúde da nossa Liberdade.