


Rosa dos Ventos
Não foi por acaso que o meu sangue que veio do sul
se cruzou com o meu sangue que veio do norte
não foi por acaso que o meu sangue que veio do oriente
encontrou o meu sangue que estava no ocidente
não foi por acaso nada do que hoje sou
desde há muitos séculos se sabia
que eu havia de ser aquele onde se juntariam todos os
[ sangues da terra
e por isso me estimaram através da História
ansiosos por este meu resultado que até hoje foi sempre
[ futuro.
E aqui me tendes hoje
incapaz de não amar a todos
um por um
que todos são meus e me pertencem
e por isso mesmo não lhes perdoo faltas de amor!
Mas porque maldição me não entendem
se eu os entendo a todos?
Eu sei, eu sei porquê:
Falta-lhes a eles terem, como eu, a correr-lhes pelas veias
[todos os sangues da terra.
Almada Negreiros, 1971
O mês de novembro deu lugar na nossa Biblioteca Escolar a uma exposição de rosas dos ventos, elaboradas pelos nossos alunos do 2º ciclo. Uma exposição colorida que foi enquadrada no poema de Almada de Negreiros: Rosa dos ventos.
Assim, tendo como horizonte a exposição das rosas dos ventos, os alunos do 6.º ano foram à BE serão convidados a participar numa oficina de leituras dramatizadas em torno do referido poema de Almada Negreiros.
Almada Negreiros, uma figura emblemática cultura contemporânea portuguesa, quer a nível plástico e literário.
"Rosa dos ventos", uma estrela que constitui um desenho gráfico dos pontos cardeais (Norte, Sul, Leste, Oeste) e, frequentemente, dos pontos colaterais (Nordeste, Sudeste, Sudoeste, Noroeste) e subcolaterais, mas que pode assumir, com o poema de Almada Negreiros, um sentido simbólico e metafórico, em busca da identidade portuguesa, que é fruto e alimentou a unidade de todos os "sangues na terra".







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