No dia 24 de abril, depois de um encontro entre gerações promovido, na nossa escola, pelo grupo coral Activida, os alunos do 12º Ano realizaram uma saída de campo que foi ao encontro da frase de Mário Soares: “A cultura é o sal da democracia”.
Assim, no âmbito do desafio da Rede de Bibliotecas Escolares que apoia a Fundação Mário Soares e Maria Barroso na comemoração do Centenário do nascimento de Mário Soares, que decorre entre 7 de dezembro de 2024 e 7 de dezembro de 2025 e numa articulação dos currículos das disciplinas de Português e de História A com a Estratégia de Educação para a Cidadania, a Biblioteca Escolar promoveu uma visita de estudo à Casa-Museu de Serralves e ao Teatro Nacional S. João, no Porto, com o intuito de reforçar o diálogo da escola com as artes, a cultura e os museus, flexibilizando o currículo e promovendo novas práticas pedagógicas. Uma experiência única e enriquecedora, que permitiu refletir sobre os Direitos Humanos, o quanto é importante estar atento e participar na vida política e, neste processo, o papel relevante que têm os livros, a arte e a cultura.
E foi à luz deste pensamento que os nossos alunos foram ao Teatro Nacional S. João, assistir à peça de teatro “Hamlet”. Um espetáculo de 3 horas que nos transportou até à época renascentista e até ao Humanismo, época do “nosso” Luís de Camões. Um momento cuja chama consumiu 3 horas e que deliciou a plateia com a excelência e resiliência dos atores e com as múltiplas reflexões em torno do “Ser ou não Ser”, tendo como temáticas não somente as relações familiares incestuosas, mas também a traição, a corrupção, a ética.
Muitos foram os pensamentos: nada é simples; tudo é questionável; como decidir entre o agir e o não agir, como procurar a verdade na dicotomia entre a vida e a morte, entre a traição e a fidelidade, entre o amor e o ódio, entre a vingança e o perdão, entre a razão e a loucura? Reflexões que nos levam ao encontro das palavras que regem os livros um dia depois do Dia do livro, dia 23 de abril, dia da morte de Miguel Cervantes e de William Shakespeare, no ano de 1616.
“Não expressar tudo que se pensa; ouvir a todos mas falar com poucos; ser amistoso mas nunca ser vulgar; valorizar amigos testados mas não oferecer amizade a cada um que aparecer na sua frente; evitar qualquer briga, mas se for obrigado a entrar numa que seus inimigos o temam; usar roupas de acordo com a sua renda sem nunca ser extravagante; não emprestar dinheiro a amigos para não perder amigos e dinheiro; e por fim ser fiel a ti mesmo e jamais serás falso com ninguém!”
William Shakespeare (1564-1616)
